PEQUIM (Reuters) - Problemas com entrega dos trajes de natação de alta performance traziam dor de cabeça para a delegação brasileira em Pequim nesta sexta-feira. O atraso na entrega atinge também outras equipes, incluindo a norte-americana, do astro Michael Phelps.
Nadadores do Brasil como Joanna Maranhão, Flávia Delaroli (foto), César Cielo, Henrique Barbosa e Lucas Salatta afirmaram que até o início dos treinos desta sexta-feira os trajes ainda não tinham sido entregues a todos.
Joanna se mostrou bastante contrariada. "Não entregaram ainda, não tem maiô", disse a nadadora durante sessão de treinamentos, afirmando que se fosse preciso "sairia para comprar" o maiô LZR, da Speedo, que segundo ela custa cerca de 500 dólares.
Os trajes de alta performance são desenvolvidos para ajudar no desempenho dos nadadores durante uma competição e, por serem muito justos ao corpo, são feitos de acordo com as medidas de cada atleta.
Segundo alguns membros da equipe brasileira, uma medição dos trajes foi feita na quinta-feira com alguns atletas e nesta manhã uma fila de nadadores de vários países se formou no Centro Nacional Aquático construído especialmente para os Jogos de Pequim, para nova rodada de medidas.
"Tem uma fila grande lá embaixo, o pessoal está tirando as medidas", disse Salatta, referindo-se à operação montada pelos fabricantes para a entrega dos trajes.
De acordo com o chefe da equipe de natação do Brasil, Rômulo Noronha, o ideal seria que os trajes tivessem sido entregues aos atletas ainda em suas residências. "A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) fez vários pedidos para o Comitê Olímpico Brasileiro e para a Speedo Internacional, mandando a numeração dos maiôs dos atletas para que recebessem os trajes em tempo hábil, só estamos recebendo agora", afirmou.
Segundo Noronha, o problema, que até o início da competição deverá ter sido resolvido, não deve afetar o desempenho da delegação brasileira. Dos 22 nadadores do Brasil, apenas Joanna Maranhão e Daynara de Paula ficaram sem os trajes no final dos treinos desta sexta-feira, disse ele, afirmando que as nadadoras devem receber os maiôs no sábado, início das provas.
"A Speedo está dizendo que o maiô LZR vai bater 49 recordes nas Olimpíadas. Estou esperando o momento em que o maiô LZR caia sozinho na água e, sem ter o nadador dentro, baterá todos esses recordes", ironizou.
Mais contida, Delaroli afirma que o problema com os maiôs "tira um pouco da tranquilidade dos atletas, mas no fim das contas, vamos todos nadar com ou sem o maiô (de alta performance)".
O fornecimento dos trajes especiais aos nadadores também afeta a equipe norte-americana, de acordo com o diretor técnico Eddie Reese. "Ainda temos alguns que não receberam. É um problema universal, mas será melhor ano que vem."
Para ele, o favoritismo dos Estados Unidos na competição não é garantido.
"A disputa será muito próxima. Não gosto nunca de fazer previsões sobre resultados. Mas sabemos há muito tempo que os brasileiros são bons. Eles sempre nadam bem", disse Reese, referindo-se ao ex-nadador Gustavo Borges e a Cielo, que conquistou três medalhas de ouro no Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2007.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
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