quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Medalha em Pequim vale ouro no mercado publicitário brasileiro

Medalha em Pequim vale ouro no mercado publicitário no Brasil

Fernanda Ezabella

Voltar com medalhas na bagagem tem sido um bom negócio para atletas brasileiros vindos dos Jogos de Pequim.

A assessora Danielle Carvalho lembra como bateu de porta em porta, há um ano, atrás de patrocínio para seu novo cliente, na época um nadador pouco conhecido. Das 30 empresas que procurou, só uma deu certo, até que surgiu a primeira medalha para César Cielo (foto), nos Jogos de Pequim.

"As empresas que não tinham dado retorno na fase inicial, passaram a ligar agora, logo depois do bronze", disse a Danielle, cujo cliente ficou em terceiro lugar nos 100 metros livre e conseguiu, mais tarde, ouro nos 50 metros em Pequim.

Cielo, 21 anos, é sem dúvida o atleta mais assediado entre os que estão voltando da Olimpíada de Pequim. Jovem e solteiro, tem feito a festa de revistas femininas, para quem já fez dois ensaios sem camisa.

Além de contratos com novas empresas, Danielle também analisa propostas para Cielo participar de feiras e eventos de tecnologia e velocidade, além de desfiles de moda, como o que irá participar na noite de quinta-feira, em São Paulo, chamado Hair Fashion Show.

"A idéia é não pegar patrocínios oportunistas, de seis meses, e sim aqueles de longo prazo, para um próximo ciclo olímpico", adverte a assessora.

Maurren Maggi, primeira mulher a conquistar um ouro olímpico para o Brasil em esporte individual, surge em segundo no quesito assédio. Ao chegar ao país na terça-feira, em sua primeira coletiva em solo brasileiro, Maurren já foi logo negando que toparia posar para a Playboy.

"A Sophia não deixaria", disse Maurren sobre a filha de três anos.

A revista, no entanto, afirmou que ainda não formalizou o convite e que irá fazê-lo mesmo assim.

"As meninas do vôlei também dariam uma capa, mas acho que a Maurren é a melhor de todas", disse o diretor de redação da Playboy, Edson Aran. "A Maurren é de esporte individual, as pessoas identificam mais, fora o uniforme que é muito sensual, o short é bem cavado, e tal."

SEIS MESES DE EXPOSIÇÃO

A Playboy tem histórico com atletas nuas em suas páginas. Em 1996, após a Olimpíada de Atlanta, a jogadora Ida foi capa da revista, segurando uma bola de vôlei. Em 1988, após os Jogos de Seul, foi a vez da jogadora de basquete Hortência.

Em 2007, na esteira dos Jogos Pan-Americanos, a revista tentou sem sucesso escalar Bia e Branca, do nado sincronizado.

Se arrastar Maurren para suas páginas parece uma tarefa difícil, não será mais fácil com a saltadora Fabiana Murer, que viu sua chance de medalha evaporar após o sumiço de sua vara.

"Não é meu estilo, não faz minha cabeça", disse a atleta à Reuters.

Fabiana faz parte da agência de modelos e atletas Prime Talents, que conta também com a ginasta Daiane dos Santos e a jogadora de vôlei medalhista de ouro em Pequim Paula Pequeno.

Analu Montanaro, uma das três sócias da Prime Talents, acredita que Fabiana ficou famosa em cima da tragédia da vara e isto deverá render alguns trabalhos. Ela já foi convidada para um desfile em São Paulo, mas não terá tempo de participar.

A expectativa de Analu é maior com Paula Pequeno, cuja seleção volta nesta quarta-feira ao Brasil.

"Ela já é uma atleta procurada porque além de bonita, é ótima jogadora e muito carismática. Os clientes gostam dela. Agora com o ouro, com certeza muita coisa vai acontecer", disse Analu.

A Prime Talents, que também tem como clientes modelos famosas como Fernanda Tavares e Naomi Campbell, disse que a procura pelo seu casting de atletas dobrou neste período olímpico que —atenção, atletas— costuma durar seis meses, contando antes e depois dos Jogos.

Reuters

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