quarta-feira, 17 de novembro de 2004

Tratado de viagem - segue...

Ainda na terça 26, voltamos direto da exposição do Senna pro hotel, sem ir no Iguatemi e ver a Tiffany´s que Gil queria tanto ver. O estrago da exposição foi grande mesmo!
Chegando lá, começamos a arrumar as malas. E lá quase que Gil entra em desespero. Depois de procurar, procurar, procurar, os discos do Queen que ela comprou tinham sumido. Ela mal jantou de tão agoniada. Mas no fim da história, ela voltou a procurar os discos e... eles estavam exatamente onde ela tinha os deixado no dia que comprou. Foi mais um daqueles casos de coisas que somem no nosso nariz.
E o jantar... bem, até aquela terça-feira, não tínhamos comido uma pizza paulista de verdade. Pois na recepção do hotel, nos indicaram duas pizzarias que entregavam lá no centro: Odalista e O Gato Que Ri. Na primeira achei tudo caro demais e ainda cobravam taxa de entrega, daí acertei tudo na segunda. Pedi uma pizza meia quatro queijos, meia frango com catupiry. Pois bem. Chegou rápido. A pizza de frango estava normal, mas a pizza de queijo estava uma das melhores que comi na vida. Massa fina, mas que você sentia o gosto, e recheio generoso. Uma bela camada de queijos. Gil adorou. Eu também. Nós recomendamos.
Pra quem está em São Paulo, a O Gato Que Ri fica no Largo do Arouche, e o telefone é (11) 3331-0089. Aproveitem.

sexta-feira, 12 de novembro de 2004

Tratado de viagem - terça, 26 de outubro

Na segunda, chegamos ao hotel e Gil desabou na cama, com enxaqueca. Só foi acordar na manhã do dia seguinte, que seria bem mais tranqüilo. Sem a pressa de outros dias, tomamos nosso café da manhã e lá fomos nós em direção ao Shopping Metrô Tatuapé, onde há uma loja de roupas grandes que mamãe recomendou pra eu comprar umas camisas.
Lá no shopping, comprei duas camisas, sendo uma delas escolha direta de Gil. Ela cravou o olho, gostou e fez aquele olhar de "compra essa, vai!" que obviamente soou quase como uma ordem. Mas como gostei tb da dita cuja e ela caiu bem em mim, comprei. Perfeito.
Ainda naquele shopping, paramos numa loja de CDs que fica bem na porta que dá acesso à estação de metrô. E tome desembolso. Lá comprei mais dois discos: a trilha de Psicopata Americano, cheia de clássicos dance/industriais do final dos anos 80, por R$ 5,00 (!) e um disco dos Racionais MC´s que procurava há tempos: Nada Como um Dia Após Outro Dia. Gil encontrou uns discos que queria, dentre eles a trilha de Tarzan, que ela "levou pra sobrinha"....
Do Tatuapé pra República, deixamos as sacolas no hotel e de lá fomos pro Shopping Eldorado, onde estava acontecendo a exposição Senna Experience. Só que a mostra só abriria às 13 horas. Daí deu tempo pra gente almoçar na Pizza Hut - que nos deu a impressão de servir Pan Pizzas menores que as que eu tô acostumado a comer aqui. Que fosse. As pizzas estavam boas, estávamos com fome e isso era o que valia.
Gil ainda deu umas olhadas numa loja de miniaturas antes de entrarmos na exposição. E como o nome sugeria, foi uma experiência.
Num ambiente espaçoso e com a luminosidade adequada, tivemos contatos com macacões, balaclavas, objetos do Senna. Com a McLaren de 1990 e com a Lotus amarela de 1987 - que é muito mais bonita ao vivo que pela TV. É complicado resistir à tentação de tocar naqueles carros maravilhosos.
Melhores ainda são os dois painéis com telões: um com quatro telas, uma dedicada a cada assunto: grandes corridas de Senna (não importa se ele venceu ou não, como na Hungria em 86, quando ele travou duelo histórico com Nelson Piquet), um com todas as poles, e outros dois com os duelos contra Nigel Mansell e Alain Prost, com direito a placar e tudo mais. Muito bom.
O salão seguinte nos reservava um telão com todas as vitórias do cara. Muitas delas com a narração do Galvão Bueno. Se hoje Galvão é um pentelho, antes ele era mais contido, e emocionava. Foi difícil se controlar com vitórias como as de Interlagos em 91 e 93, ou como as seis em Mônaco. Muito bacana.
A exposição também tinha painéis com depoimentos, mosaicos com fotos de toda a vida do piloto, o trabalho do Instituto Ayrton Senna... e fora a parte de F-1 em si, a melhor coisa foi o jogo de troca de pneus. Apertando botões aqui e ali, você tinha que trocar os quatro pneus de um F-1 e reabastecer o carro no menor tempo possível. Meu melhor tempo foi por volta de 10 segundos cravados. Divertido à beça!
Tem outras opções de interatividade, como um no qual você "coloca" (na verdade entra embaixo) de um capacete gigante e acompanha Senna narrando uma volta em Interlagos. Em outro, você entra num simulador com formato de F-1 e dá duas voltas no circuito paulistano. Bom demais!
Na saída da exposição, quando já podíamos tirar fotos, estava exposta a clássica Lotus preta que Senna guiou em 85 e 86. Carro lindo, lindo... Gil estava no paraíso ao ver aquele carro de perto. Ali ela gastou uma boa quantidade de fotos, eu idem!
A experiência foi tão fantástica que Gil dispensou a visita que faria a Tiffany´s, que era relativamente perto de onde estávamos. No fim daquela tarde, voltamos pro hotel.
A exposição ainda está aberta. Se você gosta de F-1, do Senna e tem como ir, não perca a oportunidade.

quinta-feira, 11 de novembro de 2004

fotos da viagem

Como é meio complicado pra colocar as fotos da viagem aqui, eu resolvi criar um fotolog, onde vou colocando aos poucos as fotos mais bacanas que a eu tirei nesses dias em Sampa e no Rio.

O endereço é www.flogao.com.br/expeditopaz.

Espero que gostem. O sistema me deixa postar duas fotos por dia.

Programa de índio - segunda, 25 de outubro

Saímos da casa da minha avó por volta das 2 da tarde daquela segunda-feira. Pegamos um ônibus ali perto que nos deixou na estação Artur Alvim do metrô, e de lá fomos para a Praça da Sé, local onde pegaríamos o ônibus para o Brooklin, onde era a loja de material de artesanato onde compraria as encomendas que minha mãe fez. Tudo normal, eu disse a ela que faria isso numa boa, mas as circunstâncias acabaram transformando essas compras numa aventura.
Desde o final da manhã Gil estava passando mal, com enxaqueca, tanto que ela nem comeu direito o almoço delicioso que minhas tias fizeram. Imaginava que ela fosse melhorar ao longo da tarde, mas ledo engano.
Na Sé, primeiro ficamos um tanto perdidos até descobrirmos onde era a parada correta pra gente pegar o ônibus. Pergunta daqui, pergunta dali, achamos. O ônibus não demorou muito a chegar.
Conseguimos ir sentados, só que o trajeto Sé/Brooklin foi torturante, porque pegamos um trânsito insano na Brigadeiro Luiz Antônio. A avenida parecia interminável, e era um sobe-e-desce dos diabos que só fazia Gil piorar. Eu queria que o nosso destino chegasse logo, pra resolver a encomenda materna logo pra podermos voltar pro hotel e Gil descansar e melhorar do mal-estar. O tempo passava e a gente preso no trânsito... até que chegamos. Claro que Murphy não podia ficar fora dessa, e resolveu que iria chover bem na hora que descêssemos do ônibus, na Av. Santo Amaro. A loja fica na Av. Portugal, uma travessa da anterior.
Chegando na loja, um mundo de treco pra toda espécie de trabalho manual. Mamãe trabalha com porcelana fria – que é mais conhecida como biscuit. Liguei pra ela, disse que estava na loja, e ela pediu umas coisinhas a mais que a encomenda inicial. Coisa normal, ela foi se lembrando. Tudo bem. Conseguimos fazer a compra, uma complicaçãozinha aqui e ali no pagamento, mas tudo resolvido.
Fomos pra parada esperar o ônibus de volta. Tinha parado de chover, mas sabíamos que a chuva ia voltar, porque o céu estava completamente cinzento. Tempo feio mesmo. Gil ainda passando mal. Primeiro, pegamos o ônibus errado. Era uma linha com o mesmo nome, só que com numeração diferente. Descemos e pegamos minutos depois o ônibus certo. Só que desta vez tivemos que ir em pé.
A viagem de volta foi ainda pior que a de ida. Dia anoitecendo, namorada ficando pior, o trânsito da Brigadeiro novamente... e a chuva, pra completar o cenário de horror. Ainda tivemos que descer do ônibus no Pq. D. Pedro II, pra subir nele novamente, sabe-se lá porque. No fim das contas, mais de uma hora depois, chegamos na Praça da Sé, de novo debaixo de chuva. Nosso plano inicial era ainda irmos até um shopping no Tatuapé pra comprar umas camisas pra mim, mas quando descemos na estação e vimos a verdadeira visão do inferno que era um mundo de gente indo pra zona leste, decidimos pegar o metrô pro lado contrário e voltar pra Praça da República, e depois pro hotel.
Chegando no hotel, por volta das 8 da noite, Gil só fez desabar na cama e dormir como um anjo. Enquanto isso, eu comia sequilho (bolo de goma), via TV e tentava ajeitar uns sprays da compra que fizemos pra minha mãe na mala.
O dia seguinte seria bem melhor. Não foi a encomenda de mamãe que fez da tarde um programa de índio, mas sim o tempo perdido em trânsito, associado á chuva e a minha namorada em péssimo estado.
Depois tem mais.

terça-feira, 9 de novembro de 2004

Segunda, 25 de outubro - programa família

Na segunda, acordamos cedo como sempre, só que não havia mais a necessidade de madrugar pra ir pro autódromo. Tínhamos dois programas marcados para aquele dia. O primeiro deles seria ir pra Zona Leste da cidade, onde mora minha avó paterna. Combinei com uma tia minha que iríamos para a estação Corinthians/Itaquera e que lá um dos meus primos iria nos buscar. Beleza.
Chuva na cidade. Tempo horroroso. Chegamos na estação e nada do meu primo. Idas, vindas, voltas, reviravoltas, anda pra cá, anda pra lá - a estação é enorme, porque ali também funcionam estações de trem e um PoupaTempo, espécie de versão paulistana do Expresso Cidadão aqui de Pernambuco. Uma longa espera, Gil começando a apresentar os sintomas da enxaqueca e, conseqüentemente, perdendo o humor e a disposição, mas as coisas iriam melhorar. De repente, meu primo aparece. Ele que me reconheceu, já que não iria reconhecê-lo nunca. Do moleque magrinho e mirrado, virou um camarada da minha altura, careca e tão gordo quanto eu.
William - esse é o nome do meu primo - nos levou de Itaquera até a casa da minha avó, que é em São Miguel Paulista - no carro mais lascado que andei na vida. Um Opala branco caindo aos pedaços, sem cinto de segurança, só com uma parte do limpador de pára-brisas... pense numa bomba sobre rodas. Pensou? Era o carro. Gil, no banco de trás, ficou completamente calada o tempo todo, morrendo de medo, enquanto eu tinha um papo viajandão de política, incluindo uma teoria de que existe eleição pra vereador com segundo turno (?)...
Chegando na casa da minha avó Lavínia, tudo deu certo. Fiquei feliz demais ao ver que ela, apesar dos derrames que teve nos últimos anos, que a obrigaram a viver em cadeira de rodas, está absolutamente lúcida, sorridente, feliz. Foi fantástico vê-la assim. E três tias minhas também nos recepcionaram. Foram ótimas horas. Ninguém parecia ali estar fazendo sala pra gente. O clima era absolutamente tranqüilo, bem diferente de outras situações familiares que tenho que encarar. Gil, apesar de não estar se sentindo bem, adorou.
Saindo da casa de vovó, nos ensinaram a ir e voltar de ônibus pra lá... ainda bem, espero nunca ter que andar no carro do meu primo de novo!
E de lá viria um programão de índio... que fica pro próximo post.
Fim de corrida, chuva em São Paulo. Saimos do autódromo, pegamos o ônibus da Prefeitura – e eu quase perco o ônibus, porque fiquei procurando meu bilhete dentro da bolsa, com Gil já dentro do mesmo - e lá fomos nós de volta pra Praça da República. Não sei se era por ser domingo, ou se a turma da Marta resolveu reforçar o esquema de trânsito nas proximidades, mas o fato é que chegamos em bem menos tempo no centro que no dia anterior. Ótimo. O dia ainda estava claro. Vi um bom pedaço do segundo tempo de Santos x São Paulo – perdemos por 1x0, com um gol meio espírita do Grafite e com o André Luis perdendo uma chance inacreditável no final – enquanto Gil tomava banho. Depois foi minha vez e lá fomos nós pra um bar chamado Opção, por trás do Masp, na região da Av. Paulista. Paulista essa que sempre impressiona, sempre chama a atenção por sua grandiosidade, por sua beleza escondida em meio àquele monte de concreto. Ainda mais à noite, quando tudo parece conspirar a favor da avenida.
Eu fui ao bar encontrar grandes amigos – Leonardo, Priscila, André, Paulo, Ygor, Fred - que nunca tinha visto in loco, apesar de conviver com eles via Internet há cinco, seis anos, por baixo. Gil aproveitou a deixa pra rever sua amiga e ex-colega de trabalho Adriana, que deixou as terras recifenses pra morar na paulicéia depois que casou.
É impressionante como, mesmo sendo a primeira vez que via os rostos de todos de perto, como a conversa fluia. Parecíamos velhos conhecidos, vizinhos de longa data. E associado a isso, tanto eu como Gil adoramos o lugar. Espaçoso, ventilado, som bacana mas sem abusar do volume, muito bem localizado, enfim, perfeito. E não achei dos mais careiros. OK, pro padrão recifense seria caro, mas pro paulistano, imagino que esteja na média.
Voltamos de carona com o Fred, que é de Natal e mora há algum tempo em São Paulo, mas que ainda não se acostumou com o trânsito e as distâncias da cidade. Resultado, pra ir da Paulista pra Ipiranga, demos algumas boas voltas e acabamos fazendo um city tour involuntário pela cidade às 11 da noite! O cara nunca tinha passado pelo Anhangabaú, por exemplo. Após idas, vindas e voltas, conseguimos chegar. Ele ainda deixaria outro amigo no Itaim antes de voltar pra casa. Foi uma mão na roda e tanto não ter que pegar o metrô tão tarde da noite.
E o dia seguinte nos reservaria uma viagem dentro da cidade, namorada com enxaqueca, visitas ótimas e um programão de índio. Aguardem o próximo capítulo.

segunda-feira, 8 de novembro de 2004

Domingão em Interlagos

Domingo, 24 de outubro. Todo mundo acordando cedo, comendo logo pra se mandar pro autódromo. Com mais ônibus, menos trânsito, mas fazendo frio e chuviscando, lá fomos nós. Chegamos por volta de 7 da manhã, nosso setor com pouca gente, mas alguns locais estratégicos já estavam ocupados, incluindo o nosso, em frente à pole. Mas nada que um pouco de negociação e espaço pra todo mundo se acomodar.
Como no dia da corrida sempre tem mais gente que nos treinos, aparecem umas figuras nonsense pelo caminho. A pior foi uma moça que foi toda paramentada de Ferrari, ajeitadinha, e com o marido ou seja lá o que era ao lado. Só que o cara não estava lá pra torcer, só estava pra vigiar o patrimônio. Até aí, normal. Só que o figura - um gordo imenso, de boné e óculos escuros - resolveu levar uma verdadeira banca de jornais pro autódromo. Sério, o cara tinha pelo menos três revistas semanais e mais dois jornais de domingo (aquelas coisas finas e delicadas, ainda mais em São Paulo) numa sacola. O fato é que ele virou fonte de leitura da galera ao redor nas esperas entre um evento e outro. Outra - essa gringa - foi vítima de assédio com o marido ao lado, com direito a foto e tudo. Foi de se esborrachar de rir.
Outra figura tava literalmente esbanjando grana na hora de comprar cerveja ou refrigerante (a gente levou água e comida nas bolsas de viagem). Eram reais, dólares, euros na mão do camarada. Ele vestia uma camisa da Renault. Cheguei a perguntar onde ele tinha comprado. Daí ele solta "Paris". Fiz aquela cara de "pô, velho, não humilha"...:)
Os eventos em Interlagos começaram com uma corrida de kart junior, bem bacana, mas ligeira, ligeira. Pequeno intervalo, começou uma corrida de bicicletas, na qual uma parte dos últimos colocados era obrigada a abandonar a prova se não completasse a volta. Pense no mico pra quem tinha que em vez de passar pela linha de chegada, recolher pra parte externa do autódromo... A chegada foi emocionante, pelo menos cinco pedaleiros lutando pela vitória.
Em seguida, rolou um desfile dos carros de serviço do Grande Prêmio. Nada demais. A resenha teve seqüência com as voltas em homenagem a Ayrton Senna, com seu sobrinho Bruno guiando a Lotus número 12 clássica de 1985 e 86. Foi emocionante. Bruno já tinha dado essas voltas no sábado, mas com pouca gente no autódromo e com direito a passeio na grama. Mas domingo deu tudo certo, foi um delírio em Interlagos.
Terminada a volta, tivemos uma boa corrida de Fórmula Renault, com direito a bons pegas, carro ficando na largada... esqueci o nome do camarada, mas o vencedor guiava um carro vermelho patrocinado pela Coca-Cola e o lanterninha um cara que guiava um carro azul e amarelo patrocinado pela CVC Turismo, tanto que toda vez que ele passava eu o chamava de turista... eu sei, foi fraca.
Assim que acabou a corrida da F-1 Renault, entrou em cena a provável grande estrela do GP: um boneco do burro do Shrek que um mecânico da Jaguar carregava pra todo lado. O cara tirou foto com o burro no alto do pódio, na posição de pole position, fez a festa com a galera. Deu pinta de que aquilo era algum tipo de protesto pelo fim da equipe... na hora da fotografia oficial dos pilotos, todo mundo chega, menos Michael Schumacher. Pois bem: o cara da Jaguar bota o burro na cadeira reservada ao campeão do mundo! Foi de esborrachar de rir. E quando chegou, o alemão veio cheio de marra e sentando no colo do Rubinho... constrangedor. Fotografias tiradas, pilotos começam a desfilar pelo autódromo num dos carros de serviço. Todos pareciam felizes de estarem ali naquele final de temporada com cara de corrida amistosa.
Fim do desfile, ligeira espera e começa a corrida do Troféu Maserati, coisa de milionário que resolve botar seus carrinhos de milhares de dólares pra correr. Mas a corrida foi boa, com acidentes, um camarada estourou pneu bem na nossa frente - tanto que subiu aquele cheiro de borracha queimada, mas tudo deu certo. Não sei quem ganhou a corrida. Confesso que antes de outubro, nunca tinha ouvido falar nessa categoria.
Fim da Maserati, começou um treco pentelho que já tinha acontecido no sábado: o VIP Charity Drive, que consiste em camaradas exibindo suas Ferrari em Interlagos. Não sei como é feita a seleção, se são os donos de Ferrari que levam seus carros ao autódromo... um deles inventou de parar pra pegar uma mulher bem na nossa frente... foi pouco xingado...
Pois a partir dali era chegada a hora. Uma espera de uma hora, mais ou menos, que parecia eterna. Mas logo começou a movimentação dos boxes e a arrumação dos carros no grid. Nesse ínterim, chove. Pouco, mas o suficiente pra deixar a pista no mínimo úmida. Expectativa pra saber que tipo de pneu cada equipe iria usar.
A Ferrari do Barrichello bem à nossa frente. A do Schumacher nem dava pra ver de onde a gente estava, hehehehe... e a grande surpresa era Felipe Massa em quarto com a Sauber.
Chega a volta de apresentação, barulho nas alturas, ansiedade. Todos esperavam finalmente a redenção do Barrichello, a primeira vitória em casa, o fim de um tabu de dez anos sem brasileiros pontuando. Carros páram no grid. Sobe o giro dos motores. Barulho ensurdecedor. Luzes vermelhas vão se apagando, largada! Rubinho larga mal, mas ultrapassa Montoya na reta oposta e, pra delírio do povão em Interlagos, passa Raikkonen na reta dos boxes e assume a liderança. Só que Rubinho (e Schumacher também, mas este não importava naquele momento) largaram com pneus intermediários, e a chuva não voltou. Resultado, ele teve que parar nos boxes e, com isso, mandar a corrida pro saco. Daí pra frente até Massa chegou a liderar, mas pouco depois Montoya assumiu a ponta para não perder mais. Raikkonen estava sempre na cola, mas nunca chegou a realmente ameaçar a vitória do colombiano. Rubinho acabou em terceiro. Resultado: festa da torcida da terra de Valderrama e Higuita. Morgação entre os brazucas. Cara de "what happened" entre os gringos torcedores do Schumacher. Chegamos até, na saída, a tirar foto com um casal de sul-africanos que foram extremamente simpáticos (e pacientes) conosco e com todos ao redor.
Na saída, a caça a uma loja da Williams, já que estava de olho numa camisa deles, mas depois de andar, andar e finalmente achar, vi que a camisa era coisa baratinha: 540 reais. Pano rápido, fim de papo.

domingo, 7 de novembro de 2004

Interlagos, primeiro dia

O sábado 23 marcou o primeiro dia em Interlagos. Pegamos o ônibus especial da Prefeitura (15 reais ida e volta) e nos mandamos pro autódromo. Chegamos bem cedo, e pegamos o nosso setor (B) ainda vazio. O bom disso foi poder ir logo pro posto em frente à posição do pole position.
Aos poucos o autódromo foi enchendo, e nosso setor foi invadido por uma horda de estrangeiros, em especial sul-africanos, que vieram aos montes, a maioria paramentada de vermelho e pronta para torcer pro Michael Schumacher. Mas havia torcedores da Renault, da McLaren e até da Jaguar! Muito por conta dessa presença maciça de gringos, o clima era tranqüilo.
A parte chata de um dia de treinos está nas longas esperas. Junta isso com o sol, que estava num nível suficiente pra chatear, mas quando começa a barulheira dos F-1 passando, tudo isso fica secundário. O barulho é ensurdecedor, e você tem ali, in loco, a verdadeira noção da velocidade que aqueles bólidos atingem.
E logo num dos treinos livres, todas as atenções se voltam para o acidente de Scumacher, que roda feio na parte interna da pista, tem seu carro em chamas e, por isso, é obrigado a pegar o carro reserva, o que o fez perder dez posições no grid.
Os treinos livres foram dominados pelas BAR, mas tudo foi fogo de palha. Mais uma longa espera, e chegou a hora do treino pra valer. Pois não é que no meio do treino, com um monte de F-1 passando bem perto da gente e fazendo um barulho ensurdecedor, minha cabeça começou a doer e eu inventei de cochilar? Foi encostar a cabeça no muro e pum. Mas foram poucos e suficientes minutos pra cabeça parar de doer.
O treino teve dois grandes momentos: a pole do Rubinho, que levantou a galera em Interlagos, e a notícia de que Michael Schumacher tinha feito apenas o oitavo tempo, o que representaria que a galera veria o alemão largando na penúltima fila, em 18º lugar!:) A brasileirada do nosso setor tirou muita onda dos torcedores do alemão!
Na saída do autódromo, pegamos um trânsito infeliz pra voltar pra Praça da República... um congestionamento enorme e sem sentido. Tudo bem, seria estranho passar uns dias em São Paulo sem pegar nenhum congestionamento...

prosseguindo...

Depois das compras e da queda de pastéis nas Grandes Galerias, na tarde da sexta 22 pegamos o metrô até a rodoviária do Tietê, e de lá o ônibus de graça pro Salão do Automóvel, no Anhembi.
Assim que adentramos o pavilhão, Gil quase tem um treco. Demos de cara com um estande da Ferrari Store, com um carrão vermelho lindo, lindo exposto ao lado. Claro que já ali começou a (longa) sessão de fotos dentro do evento.
Um mundo de Ferraris, Maseratis, Mercedes e de carros mais convencionais, como o Altea, da Seat - que é quase um clone do Fox, da Volkswagen. Mas a cereja do bolo estava mesmo no desfile de carros de F-1 no lugar. Na Honda, havia uma Williams de 1987 do Nelson Piquet, uma McLaren de 1988 do Ayrton Senna e a atual BAR; na Toyota, o carro deles deste ano. No estande da Renault, o esquisito carro deles, que dependendo do ângulo que você vê, parece muito feio ou mesmo muito bonito. Já no espaço da Petrobras, a Williams se impõe, bela e diferente dos outros carros. E pros mais nostálgicos, havia um espaço dedicado a um projeto de restauração de um dos carros da equipe Fittipaldi. O único F-1 importante que não estava presente no Salão era a McLaren atual. Bobeada da Mercedes.
O mundo de máquinas fotográficas no local também registrava outra coisa além dos carros: as modelos que ficavam ao lado de cada um. O ouvido de todas elas deve ter ficado cansado de tanta cantada...
Depois do Salão, voltamos pro hotel, e jantamos de novo o já saudoso bauru com vitamina de abacate.

sexta-feira, 5 de novembro de 2004

continuando sobre a viagem...

A sexta-feira, 22 de outubro, foi na prática nosso primeiro dia em São Paulo. Primeiro, encaramos o maravilhoso café da manhã do hotel, com croissants, pães, bolos, sucos, cereais e mais um monte de treco. Fantástico, mesmo.

O segundo passo do dia foi a visita ao Templo da Perdição paulistano, também conhecido como Shopping Grandes Galerias, na Rua 24 de Maio. Imaginando que as lojas abririam às 9 da manhã, estávamos lá neste horário, mas nos decepcionamos. A maioria das lojas estava fechada a manhã quase toda, mas ainda assim aproveitamos bastante. Primeiro, numa loja chamada Music House, o camarada que nos atendeu parecia um remanescente de uma banda qualquer de hard rock dos anos 70 em estado permanente de chapação. Mas nos atendeu direito, e lá já fiz minha primeira compra: um CD do Pink Floyd, encomenda do meu irmão, e outro do Duran Duran - o tão procurado e nunca encontrado por aqui Wedding Album, de 1993. É um discaço, e na loja ainda havia a edição nacional dele, quando imaginava que só acharia este disco em versão importada. Ótimo, melhor assim. Na mesma loja, Gil comprou os dois discos do Queen que faltavam para ela completar a discografia. Ela já abriu o sorriso ali mesmo... e ela nem imaginava que o dia estava só começando.

Deixamos o tempo passar um pouco esperando mais lojas abrirem, enquanto circulávamos pelo prédio, que é enorme, e bem dividido, com o subsolo dedicado a lojas especializadas em black music e samba, o térreo com a muitas lojas de roupas, os dois andares seguintes com lojas de discos, e mais pra cima, mais roupas, tatoos, piercings e, no último andar, lojas que trabalham com aplicação de silkscreen.

Muitas lojas possuem nomes curiosos, como Aqualung - disco clássico do Jethro Tull - ou Araçá Azul - nome de um disco do Caetano que não vendeu quase nada, mas ambas estavam fechadas durante toda aquela manhã. Sem falar em dezenas de lojas especializadas em metal das mais variadas vertentes, uma de punk "especializada em Ramones". Mas a campeã foi uma loja que tinha uma vitrine INTEIRA só com discos e produtos relacionados ao Kiss. Impressionante, bati até uma foto só dessa vitrine. E deu pena da loja ter sido mais uma das que resolveram não abrir naquela manhã, senão conferiria a parte interna dela. Devia ter muito mais tralha dos mascarados.

A próxima parada foi a Baratos Afins. Pra quê? Pro Expe aqui começar a falir... comecei a pesquisar os discos, atendimento bom... resultado, comprei mais seis CDs lá: os dois da Joss Stone, coletâneas do Clash e do The Jam, além do Happiness in Magazines, do ex-Blur Graham Coxon, e do Big Bang, dos Paralamas do Sucesso. Este CD me deixou com uma leve raiva alguns dias depois, já no Rio...

A última parada nas Galerias foi na loja de um coreano, onde vi uma camisa bacana e enorme do New York Rangers, time de hóquei que mais gosto. Beleza, a camisa serviu bem, mas na hora de pagar, foi uma comédia a falta de comunicação... o coreano achou que eu não tinha dinheiro porque eu queria pagar com cartão de crédito, mas depois de alguns gestos e afins, chegamos a um consenso, comigo pagando a compra com Redeshop...

Saindo das galerias, paramos numa pastelaria ali mesmo na 24 de Maio. Compramos nossos pastéis, mas o animal aqui devia estar nervoso com alguma coisa que eu deixei os ditos cujos caírem ao tentar equilibrar a cestinha com eles, ajeitar uma cadeira e segurar sacolas ao mesmo tempo. Como não selecionei a opção No Disasters, deu no que deu, mas correu tudo bem. O pastel de queijo que comi estava maravilhoso (é ruim achar pastel que não preste em São Paulo, concordam?), como previsto.

À tarde, nosso destino seria o Anhembi, onde acontecia o Salão do Automóvel. Mas isso é assunto pra post mais tarde...
bem, depois eu continuo...
Podemos começar pelo começo mesmo. Chegamos em São Paulo no fim da tarde do dia 21, uma quinta-feira. Um frio de rachar na cidade, alguns pontos de garoa, um ônibus caríssimo do aeroporto pro centro (21 reais, putz) e, no hotel, um problema com o quarto. Tudo bem, isso foi arrumado no dia seguinte.

Logo no primeiro dia descobrimos como é bom jantar bauru e tomar vitamina de abacate bem feita. E gastando pouco. Amém, lanchonete Rio Tinto!

Ah, o hotel foi o Normandie, na esquina da Ipiranga com a Santa Efigênia. A uns 300 metros dali estava o nosso anexo mais utilizado, a Estação República do metrô. Mais centrão que isso, só se fosse na Praça da Sé!
É um clichezão, mas tenho que admitir: é complicado começar a falar da viagem. Foram treze dias maravilhosos, um grande teste de convivência, de redescobertas, de encontros, reencontros, calor, frio, chuva, muita grana desembolsada...:)
Olá pessoal, bom dia, boa tarde, boa noite!