quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Programa de índio - segunda, 25 de outubro

Saímos da casa da minha avó por volta das 2 da tarde daquela segunda-feira. Pegamos um ônibus ali perto que nos deixou na estação Artur Alvim do metrô, e de lá fomos para a Praça da Sé, local onde pegaríamos o ônibus para o Brooklin, onde era a loja de material de artesanato onde compraria as encomendas que minha mãe fez. Tudo normal, eu disse a ela que faria isso numa boa, mas as circunstâncias acabaram transformando essas compras numa aventura.
Desde o final da manhã Gil estava passando mal, com enxaqueca, tanto que ela nem comeu direito o almoço delicioso que minhas tias fizeram. Imaginava que ela fosse melhorar ao longo da tarde, mas ledo engano.
Na Sé, primeiro ficamos um tanto perdidos até descobrirmos onde era a parada correta pra gente pegar o ônibus. Pergunta daqui, pergunta dali, achamos. O ônibus não demorou muito a chegar.
Conseguimos ir sentados, só que o trajeto Sé/Brooklin foi torturante, porque pegamos um trânsito insano na Brigadeiro Luiz Antônio. A avenida parecia interminável, e era um sobe-e-desce dos diabos que só fazia Gil piorar. Eu queria que o nosso destino chegasse logo, pra resolver a encomenda materna logo pra podermos voltar pro hotel e Gil descansar e melhorar do mal-estar. O tempo passava e a gente preso no trânsito... até que chegamos. Claro que Murphy não podia ficar fora dessa, e resolveu que iria chover bem na hora que descêssemos do ônibus, na Av. Santo Amaro. A loja fica na Av. Portugal, uma travessa da anterior.
Chegando na loja, um mundo de treco pra toda espécie de trabalho manual. Mamãe trabalha com porcelana fria – que é mais conhecida como biscuit. Liguei pra ela, disse que estava na loja, e ela pediu umas coisinhas a mais que a encomenda inicial. Coisa normal, ela foi se lembrando. Tudo bem. Conseguimos fazer a compra, uma complicaçãozinha aqui e ali no pagamento, mas tudo resolvido.
Fomos pra parada esperar o ônibus de volta. Tinha parado de chover, mas sabíamos que a chuva ia voltar, porque o céu estava completamente cinzento. Tempo feio mesmo. Gil ainda passando mal. Primeiro, pegamos o ônibus errado. Era uma linha com o mesmo nome, só que com numeração diferente. Descemos e pegamos minutos depois o ônibus certo. Só que desta vez tivemos que ir em pé.
A viagem de volta foi ainda pior que a de ida. Dia anoitecendo, namorada ficando pior, o trânsito da Brigadeiro novamente... e a chuva, pra completar o cenário de horror. Ainda tivemos que descer do ônibus no Pq. D. Pedro II, pra subir nele novamente, sabe-se lá porque. No fim das contas, mais de uma hora depois, chegamos na Praça da Sé, de novo debaixo de chuva. Nosso plano inicial era ainda irmos até um shopping no Tatuapé pra comprar umas camisas pra mim, mas quando descemos na estação e vimos a verdadeira visão do inferno que era um mundo de gente indo pra zona leste, decidimos pegar o metrô pro lado contrário e voltar pra Praça da República, e depois pro hotel.
Chegando no hotel, por volta das 8 da noite, Gil só fez desabar na cama e dormir como um anjo. Enquanto isso, eu comia sequilho (bolo de goma), via TV e tentava ajeitar uns sprays da compra que fizemos pra minha mãe na mala.
O dia seguinte seria bem melhor. Não foi a encomenda de mamãe que fez da tarde um programa de índio, mas sim o tempo perdido em trânsito, associado á chuva e a minha namorada em péssimo estado.
Depois tem mais.

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