domingo, 10 de agosto de 2008

Basquete: astros dos EUA atropelam a China

Astros dos EUA atropelam os donos da casa e iniciam caminhada rumo ao ouro

Seleção americana sofre no primeiro tempo, mas deslancha e frustra a apaixonada torcida chinesa, que lotou o ginásio na estréia do basquete

GLOBOESPORTE.COM Pequim

No primeiro tempo, esperança para os chineses. No segundo, um banho de realidade, cortesia dos americanos. Os astros dos Estados Unidos levaram um susto no início da partida, mas engrenaram após o intervalo e estrearam nos Jogos de Pequim com uma sonora vitória por 101 a 70 sobre os donos da casa. Os 31 pontos de diferença mostram que os craques da NBA estão realmente dispostos a recuperar a hegemonia do basquete mundial.

Dwyane Wade foi o cestinha americano, com 19 pontos, seguido por LeBron James (18), Kobe Bryant (13) e Dwight Howard (13). Pela China, Yao Ming correspondeu às expectativas e anotou 13 pontos e 10 rebotes. Zhu Fangyu colaborou com 11 pontos.

Yao brinda a torcida com cesta de três

Em seis anos de carreira na NBA, Yao Ming fez apenas uma cesta de três pontos. A segunda, ele reservou para o primeiro lance da seleção chinesa nos Jogos. Com 25 segundos de partida, o gigante acertou a pontaria e levou ao delírio a torcida que lotou o Ginásio Olímpico.

Foi a senha para incendiar a equipe da China. O resultado foi um primeiro quarto equilibrado, marcado pela correria em ambos os lados da quadra e pela vibração constante da torcida. A cada rebote, roubada de bola ou cesta, os chineses entravam em parafuso nas arquibancadas. O ponto alto foi o toco espetacular de Yao no astro Kobe Bryant. Com sete pontos de LeBron James, no entanto, os Estados Unidos conseguiram se manter no jogo.

Quando deixou a quadra, LeBron passou a adotar seu hábito favorito depois de jogar basquete: roer as unhas. Do banco, enquanto maltratava os próprios dedos, ele viu a seleção americana fechar o primeiro quarto em modestos 20 a 16.

O segundo quarto também começou com uma cesta de três chinesa, desta vez de Zhu Fangyu. Os americanos responderam com uma cravada de costas de Dwyane Wade. Yao tentou outra de três, mas a sorte não estava disposta a lhe sorrir de novo.

A China empatou o jogo em 29 a 29, mas aí os craques da NBA acordaram. Fizeram seis pontos seguidos e forçaram o técnico chinês a pedir tempo. Na volta, mais uma bola de três do time da casa – foram oito certeiras nas 12 primeiras tentativas. Logo depois, uma enterrada impressionante de LeBron arrancou aplausos entusiasmados do presidente do país, George W. Bush, que prossegue na condição de tiete dos atletas. Animados e sob o comando de Wade, os americanos abriram vantagem e fecharam o primeiro tempo em 49 a 37.

Os astros deslancham

No terceiro quarto, a realidade bateu à porta dos chineses. A equipe da casa fez apenas 11 pontos, contra 25 dos visitantes abusados. Com uma defesa forte e contra-ataques velozes, os americanos assumiram de vez o controle do jogo e não olharam mais para trás. Dali em diante, bastou administrar a vantagem. Os chineses perderam a pontaria calibrada da linha dos três e não tiveram mais forças para reagir.

Ainda assim, a torcida reconheceu o esforço. A quase cinco minutos do fim, Yao Ming deixou a quadra sob aplausos entusiasmados. O gigante retribuiu com um gesto para os fãs. Àquela altura, a derrota era o que menos importava. Afinal, o pivô quase ficou fora dos Jogos, com uma grave lesão no pé. A simples presença dele no evento esportivo mais importante da história do país já foi o bastante para empolgar os torcedores. E os americanos, que não têm nada com isso, largaram bem na caminhada rumo ao ouro.

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