terça-feira, 5 de agosto de 2008

Lembranças olímpicas

Estou com 31 anos, e, teoricamente, poderia dizer que acompanho as Olimpíadas desde Los Angeles, em 84 (em Moscou-80, eu tinha três anos, então não conta). Ainda assim, tenho pouquíssimas lembranças dos jogos de 84, como a medalha de ouro do Joaquim Cruz nos 800m rasos ou a derrota do futebol na final para a França - na época a cobertura nem de longe era tão grande quanto agora, até porque não havia TV a cabo.

Já os Jogos de Seul, em 1988, eu acompanhei bem melhor. Embora a maioria das competições fosse na madrugada e eu estudasse pela manhã, assim que chegava do colégio almoçava, fazia as eventuais tarefas (quando fazia...) e passava a tarde ligado na finada Rede Manchete, que passava o dia com reprises dos jogos, especialmente em programas apresentados pela então novata Milena Cyribelli, a mesma que está hoje em dia na Globo. E quando rolou a semifinal do futebol entre Brasil x Alemanha, algum colega de sala teve a brilhante idéia de levar um radinho para a sala de aula, só que Nádia, a professora de Português cricri da vez, resolveu, perto do fim do jogo, mandar o dono do rádio desligar o dito cujo. Ao fim da aula, a própria professora ficou sensibilizada com a agonia olímpica de uma sala inteira, e deixou que ligássemos o rádio. Como a partida já tinha acabado, esperamos alguma resenha dizer o resultado - a turma toda vibrou quando o locutor disse "pelos Jogos Olímpicos, o Brasil está na decisão do futebol depois de vencer a Alemanha Ocidental nos pênaltis":)

Os Jogos de 88 também tiveram Ben Johnson, Florence Griffith-Joyner, Jackie Joyner-Kersee, Kristin Otto, Anthony Nesty (o surinamês que até hoje foi o único negro a ganhar medalha de ouro na natação), Greg Louganis, Aurélio Miguel... bons tempos.

Não acompanhei as Olimpíadas de 1992 como deveria, porque os jogos coincidiram com uma viagem de férias da família, mas lembro bem da abertura, com o arqueiro, e da final do vôlei masculino, que foi logo cedo... e depois da conquista da medalha, a Globo abusou dos caras com trocentas aparições em seus programas, o que provavelmente fez os caras dormirem como pedras depois da última inserção televisiva naquele domingo.

Atlanta-96 deu pra acompanhar bem, já que na época eu ainda não trabalhava e os jogos foram, em sua maior parte, nas férias da faculdade. Teve o mico da seleção de futebol, a histórica final do vôlei de praia feminino com duas duplas brasileiras (Jaqueline/Sandra x Mônica/Adriana), as medalhas na natação, judô... e a campanha ruim, com direito a derrota para a Argentina, no vôlei masculino.

Em 2000, eu vi mais o futebol (mais uma vez o masculino pagando mico, naquela derrota inacreditável pra Camarões), o vôlei e alguma coisa de basquete. Lembro que vi a abertura toda, mas no geral, como as competições eram na altíssima madrugada (o fuso de Sydney é ainda mais distante que o de Pequim em relação ao Brasil), via o que dava. Ah, claro, eu vi o Baloubet du Rouet refugando. A cena foi tão marcante que refugar tornou-se verbo popular...

Não vi tudo que queria de Atenas-2004 por causa de trabalho, e como o futebol masculino ficou de fora, a cobertura televisiva foi um pouco mais diversificada. E infelizmente dá pra lembrar do dia da final do futebol feminino, que vi parcialmente no cemitério - a mãe de um amigo morreu naquele dia. Muito estranho um monte de gente vendo um jogo numa micro-tv instalada numa barraca de coco, e ainda ouvindo o Galvão Bueno falando de futebol feminino... Teve alguma outra coisa naquele dia que eu não vi, mas não lembro de jeito nenhum.

Agora, em 2008, espero conseguir ver o máximo de eventos possível, e torcendo pro Sportv não ficar com um canal passando só vôlei de praia!

Nenhum comentário: