Oitavas-de-final - Barcelona x Chelsea
Liga dos Campeões - Camp Nou (Barcelona)
José Mourinho leva o Chelsea ao Camp Nou para enfrentar o Barcelona nesta quarta-feira, pelas oitavas-de-final da Liga dos Campeões, em um duelo que muitos apontavam como uma possível final do torneio. O estádio não é nada estranho para o treinador português de 42 anos, que foi auxiliar de Bobby Robson e Louis van Gaal no clube espanhol.
Mourinho levou o Porto ao título europeu na última temporada, e o desempenho do Chelsea até semanas atrás não deixava dúvida sobre as chances de dar a ele a segunda conquista seguida. Mas uma série de lesões pode complicar o time londrino, que não conta com dois de seus jogadores mais importantes: os meias Arjen Robben, com uma fratura no pé, e Damien Duff, contundido no joelho.
No domingo, durante a derrota por 1 a 0 para o Newcastle nas oitavas-de-final da Copa da Inglaterra, o lateral Wayne Bridge fraturou o tornozelo. A única boa notícia foi a recuperação do atacante Didier Drogba de um problema na virilha. Sua escalação foi confirmada na chegada da equipe a Barcelona.
Em sua tradicional confiança - arrogância para alguns -, Mourinho procurou manifestar otimismo: "Não sou o tipo de pessoas que chora por contusões". Ele ainda disse que o Chelsea tem "52 por cento de chances de vencer", por acreditar que seu time "não perde duas vezes seguidas". Em toda a temporada, foram apenas três derrotas.
Assim como o Chelsea na Inglaterra, o Barcelona também domina o campeonato nacional e caminha firme rumo ao título, mesmo com derrotas inesperadas para Villarreal e Atlético de Madrid desde o início do ano. O técnico Frank Rijkaard não poupou ninguém na vitória por 2 a 0 sobre o Mallorca, sábado passado.
A única dúvida para Rijkaard é a condição do zagueiro Oleguer. Se ele não puder jogar, a solução será escalar o mexicano Rafael Márquez na defesa. Neste caso, o veterano volante Demetrio Albertini, um dos reforços do mercado de inverno ao lado do atacante argentino Maxi López, começaria a partida.
O Barcelona é conhecido como o time de Ronaldinho e Samuel Eto'o, eleitos respectivamente melhor jogador do Mundo e da África em 2004. Mas o Chelsea sabe que tem de prestar atenção em Deco, que sob a direção de Mourinho foi um elemento fundamental do título do Porto em 2004.
Deco, português de origem brasileira, comentou: "Não acho que haja um favorito. Eles podem ter uma superioridade sobre nós no conjunto, mas temos valores individuais com mais capacidade de decidir. Não podemos nos permitir perdas de concentração por um minuto que seja".
"Mourinho é um ótimo treinador e terá esse jogo preparado com muito cuidado, sabendo tudo sobre nossa forma de atuar. Mas ainda acho que temos o talento individual para levar a vaga", concluiu.
BARCELONA
1-Victor Valdés; 2-Belletti, 5-Carles Puyol, 4-Rafael Márquez, 12-Giovanni van Bronckhorst; 22-Demetrio Albertini, 6-Xavi, 20-Deco; 8-Ludovic Giuly, 10-Ronaldinho, 9-Samuel Eto'o
Técnico: Frank Rijkaard
CHELSEA
1-Petr Cech; 20-Paulo Ferreira, 6-Ricardo Carvalho, 5-John Terry, 13-William Gallas; 30-Tiago, 4-Claude Makelele, 8-Frank Lampard, 10-Joe Cole; 15-Didier Drogba, 22-Eidur Gudjohnsen
Técnico: José Mourinho
Árbitro: Anders Frisk (Suécia)
DEZ FATOS SOBRE BARCELONA X CHELSEA
- O primeiro encontro entre os dois times foi em 1966, na semifinal da Fairs' Cup, precursora da Copa da UEFA. O Chelsea venceu o jogo de ida, em Stamford Bridge, por 2 a 0. Na volta, o Barcelona devolveu o placar, provocando um jogo extra. O Barça goleou por 5 a 0 e, depois da Copa do Mundo, derrotou o Zaragoza na decisão.
- Trinta e quatro anos depois, em 2000, os times se cruzaram novamente. Foi nas quartas-de-final da Liga dos Campeões. Em casa, o Chelsea terminou o primeiro tempo vencendo por 3 a 0, mas Luís Figo - hoje no Real Madrid - marcou um importante gol para o Barcelona na segunda etapa. O time espanhol devolveu o 3 a 1 na volta e marcou mais duas vezes na prorrogação, com Rivaldo (que já havia feito um no tempo normal) e Patrick Kluivert. Mourinho era o auxiliar-técnico do Barça.
- Os dois clubes têm, somados, apenas quatro jogadores remanescentes do último jogo no Camp Nou. O zagueiro Carles Puyol (na época atuando na lateral) e o lateral Gabri (atualmente lesionado) foram titulares no Barcelona, enquanto Xavi, hoje nome importante da equipe, ficou no banco de reservas. Do Chelsea, só quem continua no clube é o goleiro Carlo Cudicini - então reserva do holandês Ed De Goey, hoje do tcheco Petr Cech.
- O retrospecto do Barcelona contra ingleses em seu campo é respeitável. Foram 18 vitórias, seis empates e apenas uma derrota: 1 a 0 para o Liverpool, na temporada 1975/76, pela Copa da UEFA. Apenas um time conseguiu fazer mais de um gol: o Manchester United, no empate por 3 a 3 em sua caminhada para o título de 1999.
- As visitas do Chelsea à Espanha não costumam ser positivas. Em seis oportunidades, o time só venceu uma vez: 2 a 1 sobre o Betis, há sete anos, pela extinta Recopa. Os outros cinco jogos terminaram em derrota, e a estatística é de 17 gols sofridos e apenas três marcados.
- O único título europeu do Barcelona foi conquistado em 1992, na última edição antes do surgimento da Liga dos Campeões. Esta é a nona participação da equipe desde a mudança de formato, com um total de 45 vitórias, 21 empates e 20 derrotas. Foram 164 gols a favor e 105 contra, o que totaliza uma média de 3,14 gols por jogo.
- Em cada um dos últimos quatro jogos pela Liga dos Campeões, o Barcelona marcou no mínimo três gols. No entanto, nos últimos oito só deixou de levar gol em um.
- O Chelsea disputa a Liga dos Campeões pela terceira vez. Caiu nas quartas-de-final contra o próprio Barcelona, em 2000, e perdeu para o Monaco nas semifinais de 2004. Em 36 partidas, foram 20 vitórias, 9 empates e 7 derrotas, com 56 gols a favor e 27 contra. Dos últimos nove jogos fora de casa, o time venceu sete.
- O meia tcheco Jiri Jarosik, única contratação do Chelsea no mercado de inverno, não pôde ser inscrito por já ter atuado na competição pelo CSKA Moscou. O lateral Celestine Babayaro foi negociado com o Newcastle United. No Barcelona, chegaram o meia italiano Demetrio Albertini e o atacante Maxi López. O clube ainda inscreveu o lateral Damiá, procedente da equipe B.
- Três jogadores estão "pendurados", ou seja, terão de cumprir suspensão se levarem cartão amarelo: Rafael Márquez, do Barcelona, Mateja Kezman e Alexei Smertin, do Chelsea.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2005
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