03/03/2004 - 09h20
Itália e França superam o Brasil em craques, diz Pelé
FERNANDO MELLO
da Folha de S.Paulo
A lista dos 120 maiores jogadores vivos, elaborada pela Fifa e por Pelé, inclui mais representantes da Itália e da França do que do país pentacampeão mundial.
A Folha teve acesso à relação completa dos premiados, guardada a sete chaves pela entidade máxima do futebol.
Os nomes só serão divulgados oficialmente na festa de entrega do prêmio "Fifa Hundred", amanhã, no Museu de História Natural de Londres, no que será o primeiro grande evento comemorativo pelo centenário da entidade.
No fim de 2003, Pelé foi convidado pela Fifa para escolher os 120 maiores jogadores da história ainda vivos --dos quais metade ainda em atividade. De uma lista de 200 nomes feita pela Fifa, Pelé escolheu 12 brasileiros, 14 franceses, 14 italianos, 12 holandeses, 9 argentinos, 9 alemães e 7 ingleses.
Todos os 120 homenageados terão suas fotos publicadas no livro "Hundred", que será colocado no mercado até o meio do ano pela editora Royal Academy. No total, serão cem fotos, já que alguns atletas foram clicados juntos.
Os brasileiros contemplados receberão a estatueta "Fifa Hundred Tribute" das mãos do presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Além de Pelé, que ganhará um troféu "hors-concours", serão premiados Carlos Alberto Torres, Cafu, Djalma Santos, Falcão, Júnior, Sócrates, Rivaldo, Roberto Carlos, Ronaldinho, Romário, Ronaldo e Zico.
Até ontem, Romário e Rivaldo ainda não haviam confirmado presença no evento, co-organizado por Fifa, Pelé Pro e Duets, agência de marketing britânica.
A festa reunirá a nata do futebol mundial. Platini, Puskas, Beckenbauer, Eusébio, Cruijff, Zoff e Banks, entre outros, estarão presentes. Os integrantes do Comitê Executivo da Fifa, o primeiro-ministro britânico Tony Blair e membros da família real também foram convidados.
Apesar de não haver uma premiação específica para seleções ou times, o "onze" mais premiado será a França do Mundial-98. A equipe dirigida por Aimé Jacquet levou oito estatuetas. Outros seis franceses, entre eles o maior artilheiro em uma edição de Copa (13 gols em 1958), Just Fontaine, também foram lembrados.
Assim como os franceses, os italianos, tricampeões mundiais, levarão 14 taças para casa.
Pelé selecionou cinco pentacampeões na Copa-2002, entre eles Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo, três dos jogadores que mais se irritaram com a presença do Atleta do Século na entrega da Taça Fifa e das medalhas de ouro no estádio de Yokohama, no Japão.
Os brasileiros, liderados por Luiz Felipe Scolari, não gostaram das críticas feitas por Pelé durante a Copa e entenderam seu gesto na final como um ato oportunista.
Além da tentativa de aproximação com os atletas brasileiros, Pelé oficializa amanhã sua reconciliação com a cúpula da Fifa.
É a primeira vez desde a briga com João Havelange e Ricardo Teixeira que uma empresa de Pelé assina um contrato com a entidade máxima do futebol.
Banido do sorteio de duas Copas (94 e 98) durante a gestão Havelange e cabo eleitoral do sueco Lennart Johansson (Uefa) no pleito da entidade em 1998, Pelé só se aproximou do grupo de Joseph Blatter no fim de 2001. O cartola suíço chegou a viajar a São Paulo para a abertura da exposição sobre a vida do ex-atleta no Masp, em fevereiro de 2002.
Desde então, os dois viraram aliados, mas a parceria comercial só veio com o "Hundred".
Para Pelé, o acordo é importante porque sua empresa passa por dificuldades financeiras --fechou sua sede em São Paulo para cortar despesas. Para Blatter, ter o "Rei" ao seu lado é fundamental para suas pretensões políticas.
Além da festa de amanhã, a Pelé Pro incluiu no circuito de festividades pelo centenário da Fifa a exposição de objetos pessoais de Pelé no County Hall em Londres.
quarta-feira, 3 de março de 2004
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