quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

E continua o bate-boca virtual sobre São Paulo. Teve gente dizendo que a Globo mostrou uma "cidade perfeita" durante suas sei lá quantas horas de programação, o que não é verdade. No Globo Repórter da sexta, vimos gente morando em ruas que não têm sequer identificação no mapa. No Fantástico de domingo, arquitetos davam sugestões para melhorar algumas áreas da cidade, imaginando como será a terra da garoa daqui a 50 anos, quando paulistanos comemorarem o quinto centenário.

É engraçado também ver gente falando que nordestino sempre é discriminado por lá. Se for assim, eu sou um filho da discriminação. Meus pais são nordestinos, e do interior. Papai chegou em SP em 1968 sem porra nenhuma no bolso, mas conseguiu lutar, batalhar e vencer na vida. Tanto que teve como voltar. Sim, existem seres em SP que têm titica de galinha na cabeça e discriminam nordestinos, punks, gays, Deus e o diabo. Mas são uma minoria. Uma minoria MESMO. Que nem os próprios paulistanos aguentam, sejam eles descendentes de italiano, japonês, alemão ou baiano. São Paulo é uma cidade que cresceu da mistura de gente de toda parte.

E cabe lembrar também que na dita Cidade Maravilhosa nordestino é chamado de "paraíba"... depois é só em São Paulo que há preconceito.

E a rivalidade entre Rio e São Paulo não vem do descobrimento, até porque antes dos anos 10, 20, São Paulo não era nada, nacionalmente falando. O centro do universo era o Rio de Janeiro. Vem já do século 20, quando o Rio perdeu importância nacional, perdeu a sede do governo federal e começou a ser dominado até no futebol. Não é à toa que chamavam o Maracanã de Recreio dos Bandeirantes nas décadas de 50 e 60...

A discussão é interminável. Lá vai a caixa de comentários encher de novo.

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