Três anos depois de X&Y, o Coldplay está de volta com um novo álbum, Viva La Vida. Produzido por Brian Eno (conhecido por produzir discos do U2 como The Joshua Tree), o álbum sinaliza a vontade, sempre positiva, do Coldplay em buscar novos caminhos pro seu som.
Não há hinos como "Clocks" ou "Speed of Sound" no novo álbum, mas há grandes canções, às vezes com um certo ar de superprodução, e nem sempre amigáveis como as antigas. Os refrões assobiáveis nem sempre marcam presença.
O disco abre com um tema instrumental, "Life in Technicolor", que segundo a banda, tinha letra, mas esta foi suprimida quando um desconhecido disse pros caras que a mesma era óbvia, e emenda com "Cemeteries of London", que parece um tema de western-spaghetti. O álbum segue com "Lost" bem carregada nos órgãos e pianos. A música, inclusive, foi gravada numa antiga igreja, o que dá um eco diferente à mesma.
Seguimos com "42", épico com três segmentos e Chris Martin vociferando "I thought you might be a ghost". Segundo o vocalista, o título pode ter relação com o livro "O Guia do Mochileiro das Galáxias", que usa o número como resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o universo e tudo mais.
Logo após, duas músicas em uma. "Lovers in Japan" emenda com "Reign of Love" (será alguma relação com o U2 e sua "An Cat Dub/Into the Heart"?). A primeira lembra um pouco o Coldplay dos discos anteriores, emendando com um quase cântico...
Em seguida temos a faixa-título, com suas cordas e versos falando em cavalarias, missionários e reis (vide a capa do disco), e com certos toques de anti-autoritarismo, daí o nome.
Em "Yes", Chris Martin consegue os tons mais graves de sua carreira, em meio a sons um tanto melancólicos de instrumentos de corda. A faixa emenda com um cântico estranho de letra ininteligível. Teria o pessoal do Coldplay feito uma sessão de ouvidas nos discos do Cocteau Twins?
Na emenda temos o primeiro single, "Violet Hill", que não agrada muito à primeira escutada, mas melhora depois de algumas repetições. Talvez tenha sido um erro da banda em colocá-la como primeiro single, mas vai entender a cabeça dos caras... segundo a banda, a idéia era "fazer a música soar como uma máquina velha e lenta". Eu, hein...
"Strawberry Swing", que vem em seguida, é a música mais "alegre" do disco, com uma batida mais forte e sons que lembram até o Jamiroquai (!), ou seja, até o Coldplay pode fazê-lo querer dançar...
O disco fecha com "Death and All His Friends", com seu piano melancólico e um gigantesco coral de vozes masculinas. Ao final, uma faixa escondida chamada "The Escapist", com um Chris Martin lamurioso.
Nas primeiras audições, o disco soou um tanto estranho, mas deve ser daqueles que melhora depois de algumas ouvidas a mais. Talvez o Coldplay tenha conseguido com essa obra o que o U2 fez em "The Unforgettable Fire": mudar de estilo abrindo portas para fururas obras-primas. Mas mal comparando, no álbum do Coldplay não há uma "Pride" ou "Bad" que soa como clássico instantâneo.
O tempo dirá se o caminho menos óbvio do Coldplay foi o certo.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
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3 comentários:
Não me taca pedra, só descobri o Coldplay há uns dez dias, por causa de CSI. "The Scientist" é considerada, pelas fãs, a música do Grissom...
Tô tomando coragem para ouvir esse novo cd do COLDPLAY. Pra mim, o melhor deles ainda é PARACHUTES. Porque ele deixa aquela sensação "amigável", como você mesmo falou.
Beijos e namarië.
Eu já tinha baixado, mas só ontem fui ouvir. E me assombrei como a primeira música (a instrumental) me lembrou o U2!! Putz.. logo daí já fiquei ouvindo com o pé atrás e não gostei muito. Mas hoje, após mais algumas audições, acho que gostei da metade.
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