
Não há hinos como "Clocks" ou "Speed of Sound" no novo álbum, mas há grandes canções, às vezes com um certo ar de superprodução, e nem sempre amigáveis como as antigas. Os refrões assobiáveis nem sempre marcam presença.
O disco abre com um tema instrumental, "Life in Technicolor", que segundo a banda, tinha letra, mas esta foi suprimida quando um desconhecido disse pros caras que a mesma era óbvia, e emenda com "Cemeteries of London", que parece um tema de western-spaghetti. O álbum segue com "Lost" bem carregada nos órgãos e pianos. A música, inclusive, foi gravada numa antiga igreja, o que dá um eco diferente à mesma.
Seguimos com "42", épico com três segmentos e Chris Martin vociferando "I thought you might be a ghost". Segundo o vocalista, o título pode ter relação com o livro "O Guia do Mochileiro das Galáxias", que usa o número como resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o universo e tudo mais.
Logo após, duas músicas em uma. "Lovers in Japan" emenda com "Reign of Love" (será alguma relação com o U2 e sua "An Cat Dub/Into the Heart"?). A primeira lembra um pouco o Coldplay dos discos anteriores, emendando com um quase cântico...
Em seguida temos a faixa-título, com suas cordas e versos falando em cavalarias, missionários e reis (vide a capa do disco), e com certos toques de anti-autoritarismo, daí o nome.
Em "Yes", Chris Martin consegue os tons mais graves de sua carreira, em meio a sons um tanto melancólicos de instrumentos de corda. A faixa emenda com um cântico estranho de letra ininteligível. Teria o pessoal do Coldplay feito uma sessão de ouvidas nos discos do Cocteau Twins?
Na emenda temos o primeiro single, "Violet Hill", que não agrada muito à primeira escutada, mas melhora depois de algumas repetições. Talvez tenha sido um erro da banda em colocá-la como primeiro single, mas vai entender a cabeça dos caras... segundo a banda, a idéia era "fazer a música soar como uma máquina velha e lenta". Eu, hein...
"Strawberry Swing", que vem em seguida, é a música mais "alegre" do disco, com uma batida mais forte e sons que lembram até o Jamiroquai (!), ou seja, até o Coldplay pode fazê-lo querer dançar...
O disco fecha com "Death and All His Friends", com seu piano melancólico e um gigantesco coral de vozes masculinas. Ao final, uma faixa escondida chamada "The Escapist", com um Chris Martin lamurioso.
Nas primeiras audições, o disco soou um tanto estranho, mas deve ser daqueles que melhora depois de algumas ouvidas a mais. Talvez o Coldplay tenha conseguido com essa obra o que o U2 fez em "The Unforgettable Fire": mudar de estilo abrindo portas para fururas obras-primas. Mas mal comparando, no álbum do Coldplay não há uma "Pride" ou "Bad" que soa como clássico instantâneo.
O tempo dirá se o caminho menos óbvio do Coldplay foi o certo.
3 comentários:
Não me taca pedra, só descobri o Coldplay há uns dez dias, por causa de CSI. "The Scientist" é considerada, pelas fãs, a música do Grissom...
Tô tomando coragem para ouvir esse novo cd do COLDPLAY. Pra mim, o melhor deles ainda é PARACHUTES. Porque ele deixa aquela sensação "amigável", como você mesmo falou.
Beijos e namarië.
Eu já tinha baixado, mas só ontem fui ouvir. E me assombrei como a primeira música (a instrumental) me lembrou o U2!! Putz.. logo daí já fiquei ouvindo com o pé atrás e não gostei muito. Mas hoje, após mais algumas audições, acho que gostei da metade.
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