segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Tupac: Ressurection



Eu gosto de rap. Principalmente do chamado rap "old school", de gente como Grandmaster Flash, Afrika Bambaataa, Kurtis Blow, Public Enemy, 3rd Bass, De La Soul, KRS One etc. Mas também curto algumas coisas produzidas mais pra frente, como os primórdios do gangsta rap, como Ice T, N.W.A., e os primeiros trabalhos solo do Dr. Dre (o disco The Chronic, de 1992 é ótimo), numa era em que nem todo rap/hip-hop parecia a mesma coisa maquiada pelos Timbalands da vida. E tudo isso me faz cair no Tupac Shakur e no documentário produzido pela MTV sobre ele em 2003, e indicado ao Oscar da categoria em 2005 (perdeu pra este documentário sobre crianças que se prostituem em Calcutá, Índia).

Tupac: Ressurection tenta, através de imagens de arquivo e de uma espécie de "depoimento direto do túmulo" do rapper, resgatar sua tragetória de vida, música e, sobretudo, encrencas. Encrencas com sua cor, com sua origem pobre, com seu rap provocativo (ou seja, violento e muitas vezes sexista) e, claro, com a polícia, tanto que ele foi preso algumas vezes, além de ter encarado um processo e alguns meses de cadeia num processo envolvendo o suposto estupro de uma garota por ele e alguns amigos.

O melhor do documentário é que em momento algum tentam pintar Tupac como um santo, mas também não o pintam como um marginal. O pintam como um artista. Genial às vezes, mas extremamente genioso. Tão genioso que meteu-se com a bandidagem pesada da Costa Oeste (leia-se: Suge Knight e sua Death Row Records), e arrumou mais inimigos - Puff Daddy, Notorious B.I.G.) quando já tinha mais que o suficiente. Resultado: depois de sobreviver a cinco tiros em certa ocasião, em 1996, em Las Vegas, ele não resistiu e, numa emboscada até hoje nunca esclarecida, morreu. Ficou a obra, bastante extensa por sinal. Tanto que deve haver mais discos póstumos que trabalhos produzidos em vida com o nome do Tupac.

Fim das contas: mesmo que você não goste muito de rap, vale a pena conferir.

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