Aquela sexta-feira também amanheceu ensolarada. E reservamos o dia para uma série de atividades.
Logo após tomarmos café, andamos um pouco e fomos matar saudades do Arpoador. Chegando, sentamos na pedra, ficamos admirando a paisagem e tomando Hula-Hula (é uma espécie de Tampico que tem lá no Rio, mas tem diversos sabores, meu favorito é o de uva)... até que Gil decidiu encarar um banho de mar. Mar este que estava bem agitado, tanto que um menino teve que ser retirado da água pelos salva-vidas, porque ele empacou com sua prancha de surf.
Pois bem, Gil chegou na beira da praia, entrou na água... e fez aquela careta básica de quem tava achando a água fria pra caramba. No fim das contas, ela acabou apenas se molhando um pouco. Mas ficamos com aquela sensação de que poderíamos passar o resto do dia lá no Arpoador, naquela praia pequena, mas linda. O local passa uma sensação de tranqüilidade que não existe em Copacabana ou Ipanema, por exemplo. É difícil explicar.
Voltamos do Arpoador, tomamos banho, essas coisas e fomos pro Centrão da cidade, mais precisamente para a Biblioteca Nacional, pra conferir a exposição em homenagem a Chico Buarque. Pegamos o metrô até o local e confesso ter me surpreendido com o verdadeiro sebo a céu aberto que existe nos arredores da biblioteca. Revistas Manchete ou O Cruzeiro dos anos 50, discos antigos, CDs antigos... aquele lugar merece uma peregrinação mais cuidadosa numa próxima viagem.
A exposição do Chico é pequena, mas vale demais a pena. Algumas coisas expostas ali são verdadeiras relíquias, como rabiscos de letras que surgem em momentos inoportunos, como em um restaurante, ou num avião. É interessante ver como surge a inspiração de um artista como Chico Buarque. A inspiração, como em qualquer mortal comum, pode vir a qualquer momento e necessitamos colocar esse material no papel ou em algum canto com urgência, pra não perdermos o fio da meada.
Estavam lá também alguns livros que Chico fez especialmente para suas filhas... tocante, no mínimo. A criatividade do artista em benefício da família. E pros fanáticos por futebol, havia um exemplar do Escrete, jogo de tabuleiro no estilo "manager" desenvolvido por Chico e lançado pela Grow nos anos 80.
Havia também uma seção dedicada à relação de Chico com a ditadura militar e os órgãos de censura e repressão do governo. Destaque especial para a entrevista dada por ele sob o nome de Julinho da Adelaide, e pro bilhete de Zuzu Angel alertando sobre o perigo que a vida dela corria, após a estranha morte de seu filho.
Várias cabines com som mostravam grandes momentos da carreira do mestre, como os festivais dos anos 60. É coisa pra você estacionar em frente ao telão e curtir.
No final da exposição, vários computadores com fones de ouvido ofereciam a obra completa de Chico pra quem quisesse ouvir. Dá pra passar uma tarde toda só naquela parte... mas não nos demoramos muito por lá.
Na saída da exposição, havia uma série de discos, livros e produtos relacionados a Chico à venda, mas sem facilidade alguma de pagamento, o que complicava bastante a vida de quem queria comprar. O atendimento na entrada da exposição também ficou abaixo da média... se quiséssemos, acho que conseguiríamos entrar de graça no local. Mas fomos honestos e pagamos o ingresso, de quatro reais, salvo engano.
Da Biblioteca, pegamos o metrô até a Tijuca, onde faríamos uma visita especial naquela tarde.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2004
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