Quando eu tinha meus 15 pra 16 anos, entre 1991 e 92, ainda morava em SP e costumava assistir programas de clipes como o saudoso Clip Trip, na TV Gazeta. Como a MTV não pegava lá em casa - exceto numa tv portátil P&B de 5" que mal tinha som - o CT era minha fonte de vídeos na época. E por alguma razão obscura, eles gostavam muito de três coisas: rock farofa (Guns, Bon Jovi), house music (a abertura do programa era com "Beat Dis", do Bomb the Bass) e rap old school. Foi por ali que conheci o Public Enemy.
Mesmo branco e sem entender quase nada das letras (Letras Traduzidas não colocavam coisas deles, até entendo os motivos), achava sensacional. Mas me sentia um ET por gostar daquilo... mais velho, entendi as letras e passei a gostar mais ainda. OK, os caras às vezes são agressivos além da conta, mas é compreensível. E quem diria que o Flavor Flav tornar-se-ia astro de reality shows românticos? E Chuck D tornou-se, além de rapper, palestrante.
Graças ao PE ouvi pela primeira vez um cruzamento de rap com metal, a versão que fizeram de "Bring the Noise" ao lado do Anthrax. Coincidência ou não, pouco tempo depois saiu a trilha sonora de Judgement Night, uma coletânea de crossovers rap-rock... o Run-DMC testou primeiro e deu certo com "Walk This Way" ao lado do Aerosmith, o PE com o Anthrax aperfeiçoaram, o resto é história.
Se você nunca ouviu PE, tenta arrumar o disco da foto, It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back. É o melhor de todos, ao lado do Fear of a Black Planet.
Terminando com o clipe de "Fight the Power".
